Indexadores de investimento, Selic, IPCA, DI, Câmbio, IBOVESPA e afins. Glossário de Investimento VI

São eles que vão influenciar diretamente a rentabilidade da aplicação. A depender do cenário econômico, investimentos que seguem determinados índices podem estar em vantagem ou não.

Os indexadores são os índices utilizados como referência para a correção da rentabilidade de uma aplicação financeira, e consequentemente os rendimentos.

Funcionam como uma taxa de reajuste.

Assim como um financiamento ou empréstimo é reajustado conforme um índice pré-definido, o mesmo ocorre com os investimentos.


Veja aqui os principais tipos de investimentos:

Qual a diferença entre Ações e Títulos (Públicos ou Privados)? Glossário de Investimentos III; Decifrando as letrinhas dos Títulos Privados CDB e RDB, LCI/LCA e LIG, LC, DPGE, CRI/CRA e Debêntures. Glossário de Investimentos IV e Entendendo Fundos de Investimento, FII, ETF e Previdência Privada, BDR, COE e ESG. Glossário de Investimento V, é do rendimento deles que vamos falar hoje.


Além de servir como taxa para reajustar um investimento, também servem como referência, comparar entre si e com outros similares.

Assim ao acompanhar esses índices podemos analisar melhor o seu desempenho e desta forma tomar as melhores decisões.

Porém se não souber interpreta-los de nada adianta saber se a taxa Selic está a 7% ou a DI a 5,15% e o que isso significa para um determinado tipo de investimento.

Vamos começar pelo índice mais famoso.


TAXA SELIC

Taxa Selic (Taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) nada mais é do que a taxa básica de juros da economia e é determinado pelo BACEN através do COPOM. É usada na política monetária do país e serve de balizadora para outras taxas do mercado. Ou seja, é através desta taxa que o governo tenta controlar a inflação.

É desta taxa que saem a maioria dos valores dos juros pagos quando fazemos um empréstimo ou financiamento.

Se os índices de inflação caem a Selic também pode ser reduzida estimulando a economia, porque menor será o custo de tomar dinheiro emprestado. Agora se os preços estão subindo é preciso brecar o uso do dinheiro e desta forma a taxa Selic aumenta.

Neste último caso é bom para quem investe, ruim para quem pega dinheiro emprestado.

Assim a taxa mais baixa favorece quem pega dinheiro emprestado e dificulta a vida dos investidores porque o rendimento das aplicações atreladas a ela ficará muito baixo.

É de longe a taxa mais usada como referencial de rendimento de juros.

De uma maneira geral a taxa Selic deve ficar no mínimo maior do que a inflação (IPCA) para que valha a pena investir nela. Ideal para quem quer deixar a reserva de emergência.

Exemplos: Títulos de Renda Fixa como LFT (Letra Financeira do Tesouro) popularmente chamada de Tesouro Selic, CDB, investimentos atrelados à CDI, Poupança, alguns Fundos Imobiliários e Fundos Multimercados são alguns.


Vimos que a taxa Selic está diretamente relacionada à inflação. Existem vários tipos de índices que projetam a inflação. E saiba que alguns desses índices também servem de indexadores de investimento.


Índices de Inflação – IPCA

IPCA (índice de Preço ao Consumidor Amplo) é o índice oficial da inflação no país. Nele o IBGE mede o quanto os produtos e serviços sofreram aumento ao consumidor com renda entre 1 e 14 salários mínimos nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Goiânia e Brasília.

É por isso que este índice serve de meta para o governo federal.

Aqui também vale encontrar aplicações que tragam um mínimo de retorno ACIMA DA INFLAÇÃO, ou seja, investimento que tenham como rentabilidade um valor maior do que o índice IPCA, desta forma você protege o seu dinheiro da desvalorização.

Aplicar nestes investimentos apenas se forem para o longo prazo e observando o vencimento. Não servem para fazer a Reserva de emergência.

Exemplo: Debêntures, NTN-B (Nota do Tesouro Nacional série B) comumente chamado de Tesouro Direto IPCA, LCI (Letras de Crédito Imobiliário), LCA (Agrícola), CDB, Fundos de Inflação e os Imobiliários, ETF.

DI

DI – Depósito Interfinanceiro é a taxa de juros que o banco (instituição financeira) paga a outro banco quando pega dinheiro emprestado para cobrir o seu próprio caixa.

Este empréstimo acontece todos os dias e ocorre quando um banco não tem dinheiro suficiente em seu caixa (normalmente pequenos bancos) enquanto que outro está com dinheiro parado e não sabe o que fazer com ele. Todos se beneficiam, quem pegou o dinheiro para cobrir e não ter um rombo e por que emprestou ganhou juros sobre um dinheiro parado.

Este empréstimo é feito usando o CDI – Certificado de Depósitos Interbancário, que funciona como uma garantia do pagamento. Assim cada certificado paga de juros o valor da DI do dia. Daí que muitos acabam usando o termo CDI com rendimento e não a taxa DI.

Essa taxa na prática são os juros que os bancos pagam entre si, variam diariamente e são calculados com base na média ponderada de juros utilizados nessas transações. E o valor acaba ficando bem próximo a taxa Selic, mas sempre abaixo.

Podemos até dizer que a taxa Selic são os juros que o setor público paga enquanto que a DI são os juros que o setor privado paga.

Por isso a DI é a mais usada com indicador dos investimentos de renda fixa do setor privado. O mais usual é o investimento pagar uma porcentagem do DI. Por exemplo investimento com 90% do CDI, significa que a aplicação vai render apenas 90% da taxa de DI. Já um com 120% do CDI vai pagar a taxa da DI mais 20%.

Por isso devemos procurar sempre alternativas que paguem ao menos 100%, porém vale verificar o grau de risco.

Além disso, como ela sofre influência da taxa Selic vale observar as mesas regras dela principalmente o de observar se rendimento vai ser maior que a taxa de inflação.

Normalmente quando a taxa de juros sobe, os investimentos atrelados à taxa Selic, IPCA e CDI tendem a valer a pena também por ser uma aplicação mais segura e previsível. Juros mais baixo por outro lado geram relevância para os investimentos mais arriscados exigindo mais conhecimento, analise e pesquisa.

Por via de regra, investimentos desta categoria com melhor rentabilidade são os de prazo mais longos, com data de vencimento e possuem uma menor liquidez. Também é bem vinda para usar na Reserva de Emergência.

Exemplos: CDB, LCI/LCA, Fundos de Renda Fixa e Referenciados DI, debêntures.


Taxa de Câmbio – Ptax

Ptax – é uma taxa que representa a taxa de câmbio de uma determinada moeda. Ptax Dólar, Ptax Euro, etc. Na prática é o preço que uma moeda estrangeira custa.

Ela é calculada pelo Banco Central e representa a média do valor em que a moeda está sendo negociada diariamente e ao longo do dia. Esta média impede movimentos especulativos por parte de corretoras. A Ptax é usada como a taxa de câmbio oficial do Brasil e servem para muitas operações financeiras como liquidação de contratos do mercado financeiro.

Porém não para pessoas físicas comprar ou vender moedas estrangeiras ou pagar a fatura do cartão de crédito. Neste caso a taxa de câmbio praticada pelas corretoras de câmbio usa apenas a Ptax como referência incluindo aí custos, impostos, comissão.

Em investimentos ela é usada como parâmetro em aplicações que têm como lastro as moedas estrangeiras.

Desta forma sofrem influencias não somente com questões doméstica, mas também com o cenário internacional.

Aplicações desse tipo são mais arriscadas, porém podem apresentar uma rentabilidade maior. Se a taxa de juros ficar em patamares altos tem que verificar se vale a pena arriscar e investir em moedas. O perfil do investidor é aquele que aguenta volatilidades, ou aqueles que lidam com moedas estrangerias.

Indicado como forma de diversificar os investimentos, não serve para a reserva de emergência.

Foto por David McBee em Pexels.com

Exemplos: Fundos Multimercados, Fundos Cambiais, contrato futuro em moeda estrangeira – derivativos (porém são ligados a investimentos especulativos de alto risco).


Índices da Bolsa de Valores

IBOV ou IBOVESPA– é o índice da Bolsa de Valores B3, e nada mais é do que a variação média dos preços das ações mais negociadas, ou seja, maior liquidez na B3. Ao contrário da maioria dos índices serem uma porcentagem, este índice é medido em pontos. Analisar a sua performance nos dá o raio-x de como anda o mercado financeiro. Se houver uma desvalorização nas ações das principais empresas o índice cairá e vice versa.

É o principal índice da Bolsa de Valores por ser mais amplo, diversificado, ou seja, entram empresas de diversos setores da economia e de grande relevância.

Este índice é muito importante para quem investe em ações, ou para o fundo que tenham ações.


Mas nem só do IBOVESPA que vivem as ações. Há diversos índices, cada qual tem sua metodologia específica.

Os outros índices mais amplos são: IBrX-100 e o -50 (índice Brasil) e IBrA.

Já os índices de um determinado segmento ou setorial são: IFNC (financeiras), ICB (comodities) IEE (setor elétrico) IMOB e IFIX (imobiliário), INDX (industriais) entre outros.

Também há os índices de sustentabilidade, como o ICO2 (empresas que adotam práticas de redução de carbono) ISE (ESG).

Também há índices atrelados aos índices de bolsas mundo afora, índices de governanças, também há os que seguem índices de inflação ou taxa de juros.

São indicados para investimentos mais arrojados, normalmente tem rentabilidade maior, mas são mais arriscados. Bom em cenários de juros mais baixos ou para quem quer diversificar as aplicações, também não serve como reserva de emergência.

Alguns fundos podem render enquanto outros a rentabilidade será negativa, por isso além de diversificar entre renda fixa (IPCA, Selic ou DI) e variável, também é recomendado investir em fundos com diferentes índices. Como por exemplo ICB, IMOB, ICO2 e a própria IBOVESPA.

Exemplo: Fundos de renda variável/ações, Contrato Futuro, ETF.


Aqui explicamos apenas os índices mais usados, ou que servem de referência, dos investimentos mais populares e principais.

Veja aqui o Glossário de Investimentos Completo:

Entenda a diferença entre finanças, aplicação e investimentos. Glossário de Investimentos I

Qual a diferença entre economizar, poupar e investir? Glossário de Investimento II

Qual a diferença entre Ações e Títulos (Públicos ou Privados)? Glossário de Investimentos III

Decifrando as letrinhas dos Títulos Privados CDB e RDB, LCI/LCA e LIG, LC, DPGE, CRI/CRA e Debêntures. Glossário de Investimentos IV

Entendendo Fundos de Investimento, FII, ETF e Previdência Privada, BDR, COE e ESG. Glossário de Investimento V

Impostos e taxas sobre Investimentos. Glossário de Investimento VII

Quais são as entidades no mundo dos Investimentos? Instituições, Reguladores, Fiscalizadores. Glossário de Investimentos VIII

Quem é quem no mundo dos Investimentos? Agentes autônomos, consultores, analistas e assessores. Glossário de Investimentos VIII


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