Orçamento em Crise – Aprenda a Priorizar. Veja nosso método para eliminar dívidas.

post originalmente publicado em 2 de outubro de 2020

Uma crise – emergência – financeira é como uma onda forte, chega e nos derruba. Não sabemos onde é cima nem em baixo. É preciso domar. Veja a 3ª etapa do processo para sair desta.

Hoje vamos dar sequencia ao método Orçamento em Crise, uma das várias formas de sair de uma crise financeira lotada de dívidas, contas atrasadas, incapacidade de fazer empréstimos e muitas outras consequências que o alto endividamento traz.

No artigo anterior, Situação de Emergência financeira pede um Orçamento em Crise. Conheça nosso método para sair das dívidas., vimos as duas primeiras etapas: mapear as dívidas e obrigações e reduzir e eliminar gastos.

Situação de emergência pede um orçamento em Crise.

Agora é hora de rever prioridades. Do que sobrou – que são os gastos necessários, qual é o mais urgente, o que é menos, o que deixar de pagar? Como fazer esta escolha? Afinal o dinheiro não vai dar para tudo,

Então como escolher entre eles qual vai ser pago, qual não? Em qual ordem?

E é exatamente isto que vamos falar hoje.

Por isso a terceira etapa é:

Etapa 3: Priorizar os gastos entre Alta – Média e Baixa

Orçamento em Crise – Etapas

Uma estratégia eficiente para minimizar as consequências negativas causadas pela falta de pagamento.

Para começar: Tudo o que é desejo deve ir para o fim da lista, coloque como baixíssima prioridade.

Quando estamos passando por uma crise financeira, estamos em situação de emergência devemos (e provavelmente estamos) gastando apenas com as “obrigações”, ou seja as necessidades.

Estamos falando de gastos que somos “obrigados” a consumir – como água, luz, alimentação, moradia…. Tudo o que é essencial para a nossa vida.

O segredo desta estratégia está na definição dos critérios para classificar a prioridade. O ranking é baseado na importância e consequências que o gasto tem em relação às nossas necessidades.

Olhe os gastos não no valor, nem nos juros que ele representa, mas sim nas CONSEQUÊNCIAS REAIS que o não pagamento vai impactar na vida da família.

O que vai acontecer se eu não pagar?

Vocês devem estar estranhando este raciocínio afinal às prioridades deveriam ser os pagamentos sujeitos a maiores juros.

Vejam bem. Aqui estamos falando de uma família em SITUAÇÃO DE CRISE. Que é passageira, temporária, onde não há dinheiro suficiente para honrar com todos os compromissos e ainda não se encontra no estágio de eliminação de dívidas, o ponto de equilíbrio não foi alcançado.

Somente ao alcançar este ponto de equilíbrio, aí sim, considera-se eliminar os gastos começando com aqueles com juros maiores.

Nesta lista de prioridades considere Dívidas e Obrigações vencidas e a vencer – ou seja, as 2 listas.


Priorize os gastos entre ALTA – MÉDIA – BAIXA prioridade, onde:

a) Alta Prioridade

Entram os gastos onde o não pagamento implica em MEDIDAS MAIS RÁPIDAS contra a casa, serviço, subsistência, carro e outros produtos essenciais para a família.

Exemplo do que entra na lista de Alta Prioridade:

Fornecimento de energia elétrica (gás) e água. Sabemos da rapidez com que ocorrem os seus cortes (paralelamente não se esqueça das medidas de redução máxima do consumo). Aposente o ar condicionado, implante banho super curtos, não use na função inverno, não lave o carro… Verifique se na sua região as operadoras estão parcelando as dívidas.

Alimentação: Quanto a lista dos alimentos, priorize apenas os essenciais. É hora de rever o cardápio e escolher alimentos e marcas mais baratas, porém sem lançar mão da qualidade. Retire da lista tudo o que não é o básico.

Medicamento e aluguel também entram nesta lista.

Mesmo sendo estes itens como prioritários para pagamento renegocie os valores. Em caso de aluguel reveja com o proprietário uma redução temporária, se não for o caso considere mudar de casa/apartamento.

Plano de Saúde – Seguro Saúde – vai depender de cada família, é possível ficar sem? Alterar um plano para um mais em conta é uma realidade viável? Dependendo da resposta este gasto pode ser considerado de média prioridade.

Parcela da Casa Própria

Antes de colocar neste nível de prioridade verifique quantas parcelas em aberto é possível ficar antes de uma medida judicial. Paralelamente verifique a portabilidade do financiamento para outro banco com juros menores. Verifique as possibilidades de redução das mensalidades. O financiamento possui algum tipo de seguro que pode ser acionado?


b) Média Prioridade

Nesta categoria entram os Gastos Críticos, onde os valores permitem renegociação ou a ação para suspender o consumo pode demandar um pouco de tempo.

Outro critério para estar nesta lista é se a falta dele, apesar de crítica dá para contornar.

Exemplo:

Mensalidade escolar, universidade, curso profissionalizante, van escolar.

Tente negociar o mais rápido possível. Mesmo sabendo que só terá condições de pagar daqui a alguns meses, pelo menos você pode negociar uma suspensão temporária. Alguns cursos permitem “trancar” a matrícula.

Gastos com celular/internet, streaming, podem ser facilmente alterados para franquias mais baratas.

Aqui também entra estudar a viabilidade de trocar, ou até eliminar o gasto. Todas as possibilidades devem ser analisadas.

Gastos com salões de beleza, academia de ginástica, também entram neste nível.

Se não foi possível eliminar, porque é um item muito importante para a sua família, negocie pedindo suspensão temporária. Verifique opções sem custo.


c) Baixa Prioridade

Aqui entram os débitos que não possuem garantia. E exatamente por não ter garantia costumam ter as taxas de juros mais altas.

Mas como estamos falando em situação de emergência as ações também são de emergência e por isso estes gastos serão os últimos a serem pagos.

Entram nessa lista gastos como:

Cartões de crédito, empréstimos, compras parceladas.

Quando a situação permitir o pagamento, eles poderão ser negociados, mas até lá há outras prioridades. Esta é a lógica.

Impostos – aqui também vale observar as consequências. Como depende de cada tipo de imposto e realidade, utilize esses critérios para colocar no ranking adequado.


Para prestar atenção:

Quanto aos Financiamentos, que na maioria das situações o próprio bem que está sendo financiado é a garantia, devem ser analisados com cautela um a um. Qual é o impacto no atraso do pagamento. Vou perder o bem? É possível renegociar as parcelas? Este bem financiado me faz falta? Consigo vender ou devolver? Considere todas as possibilidades.

Baseado nestas respostas é possível verificar em qual prioridade ela se encaixa.

Muitas vezes deixamos de renegociar porque não temos a mínima noção de quando vamos ter condições de efetuar o pagamento. Apesar deste pensamento ter uma lógica, não é a melhor estratégia.

Por um lado realmente não adianta pedir outro prazo para pagamento se não tiver certeza se vai conseguir honrar. Por isso é importante ser sincero, a opção “não sei quando vou conseguir pagar” também deve ser negociada e considerada. Melhor isso do que pedir prorrogação indefinidamente. Ou, refazer um financiamento e não conseguir pagar, a conta sairá mais caro.


Então a melhor estratégia é tentar entrar em contato com o responsável da conta ANTES do vencimento. Explicando a sua situação. Se conseguir provar sua situação melhor ainda. Se você já explicar que não tem condições de pagar algo que ainda vai vencer as chances de sucesso na suspensão, prorrogação ou renegociação serão maiores, afinal a sua postura também influencia a seu favor. Muitos vão estar mais abertos a conversar e vai protelar o máximo alguma medida mais extrema como protestar, entrar na justiça etc.


Vale lembrar que os exemplos dos gastos em cada categoria indicados aqui, não significam que será assim para todos. Como sempre digo, cada pessoa é única e têm realidade diferente. O importante é entender o critério de cada prioridade e com isso cada um vai conseguir priorizar conforme a sua realidade.


IMPORTANTE – Tenha em mente que: Mesmo uma dívida que não tenha garantia, consequências acontecem. O não pagamento de uma fatura, um boleto ou uma conta normalmente implica na inclusão do CPF do responsável nos órgãos de Serviços de Proteção ao Crédito – como SPC ou SERASA, ou seja, o CPF fica negativado. Pode ainda acontecer de mesmo os serviços sendo suspensos o CPF vai ficar com restrições. Como consequência a pessoa fica impedida de obter crediário.

Portanto na análise das prioridades dos pagamentos considere esta possibilidade e avalie o quão prejudicial isto será. Se para você, estar em situação de negativado vai trazer consequências muitos severas, mude este gasto para alta prioridade.

Considere que, normalmente quando se firma uma renegociação é possível retirar o nome das restrições.


Observação importante: Ao escolher não pagar uma dívida ou obrigação tenha plena consciência de suas consequências. Não nos responsabilizamos por elas. A escolha é exclusivamente sua.
Estamos sugerindo priorizar aqueles pagamentos que menores prejuízos trarão a sua vida em momentos exclusivos de crise ou emergência financeira. E não para o dia a dia. Não contrate nem assuma mais dívidas sabendo que não terá condições de pagar.


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Ou siga esta trilha por aqui no site:

Situação de emergência pede um orçamento em crise

Orçamento em crise: Aprenda a priorizar

Orçamento em crise. Chegamos! Eliminando dívidas

Negociando dívidas. Dicas

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3 comentários sobre “Orçamento em Crise – Aprenda a Priorizar. Veja nosso método para eliminar dívidas.

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