Nem sempre um imóvel é considerado um investimento propriamente dito. Vem ver em qual situação não podemos dizer que é um.
No artigo anterior falamos dos falsos investimentos, e levantamos a pergunta se um imóvel é ou não um investimento. Hoje vamos responder a este questionamento.

Antes que vire um Fla-Flu, logo adianto que: depende!
Um pouco de conceito
Para entender, começamos com a definição de Investimento:
Investimento é tudo aquilo que compramos com recursos financeiros (capital) com a expectativa de um retorno financeiro ao longo do tempo.
Aplicamos para ter um benefício (lucro) no futuro. Gastamos com o intuito de ganhar um valor lá na frente.
Assim investimento seria aquilo que se gasta hoje com o objetivo e finalidade que no futuro se consiga de volta um valor maior do que esse gasto inicial.
Sendo que não podemos esquecer que em investimento a expectativa é ter um lucro acima da inflação.
Aqui a gente explica mais detalhadamente: Entenda a diferença entre finanças, aplicação e investimentos. Glossário de Investimentos I
Muito bem, partindo deste princípio, pergunto! Um imóvel, seja uma casa ou apartamento por exemplo, se encaixa nesta definição?
Depende.
Não, mas talvez
Se a casa for para a própria moradia, a princípio não é com o intuito de gerar lucro e não será́ investimento. Pois a finalidade e objetivo é ter um lar, obter segurança e não ter a despesa de pagar aluguel. Ou seja, moradia própria não tem a finalidade que um investimento tem, que é o lucro.
Obviamente que quando compramos um ativo, ao ter que revender queremos obter lucro. Assim, o imóvel próprio tem sim uma finalidade, porém secundária de obter lucro com a revenda. Mas se vai realmente trazer esse lucro é outra história.
Vamos considerar que se você não tivesse a sua própria moradia, e dependesse de aluguel, teria um gasto mensal. Certo! Desta forma se você morar na tua própria casa você está “economizando” o valor do aluguel. Mas este valor existe. Você simplesmente está “pagando” para você mesmo o valor que você gastou para comprar esta moradia própria.
O que muitos se esquecem, é que ao vender o imóvel, que usou como moradia, ao subtrair o valor da revenda com o valor da compra não considerar o aluguel que “não foi pago” no período.
Se não contabilizar este valor do aluguel você estaria morando de graça. A sua moradia, não importa se é casa própria ou não, teve um custo. E este custo tem que ser descontado deste lucro da revenda.
Neste lucro também tem que considerar os valores da manutenção, impostos, taxas e seguro por exemplo. E descontar a inflação.
E não esqueça de considerar os juros, taxas, etc. do financiamento, caso o imóvel tenha sido adquirido desta forma.

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Também é possível que seu bairro valorizou bastante, você fez reformas para mantê-la atualizada e de fato se colocar todos os gastos ainda assim teve lucro. Parabéns! O teu ativo rendeu.
Mas pode ser o contrário. O bairro se desvalorizou, tem um bar como vizinho, e as reformas desvalorizaram o imóvel. O mercado está desaquecido, há muito concorrência. O estilo do imóvel não é o que as pessoas estão procurando. Tudo isso pode impactar no valor.
Vejam que são muitas as variantes para saber se um imóvel lá na frente vai de fato trazer lucro ou não.
Sim, é um investimento
Agora se for uma segunda casa, um sítio ou casa na praia, um galpão ou loja comercial por exemplo, podemos dizer que é um investimento se ela tiver a finalidade de ser alugada ou arrendada.
Neste caso, a renda do aluguel é considerada os “juros da aplicação”.
Agora, se vai valer a pena ou não é outra história. Qual o retorno em aluguel comparado com outros tipos de investimentos. E o tempo que fica sem inquilino? Os custos da manutenção, impostos, reformas, condomínio. Será́ que investir em fundos imobiliários não dará́ um rendimento maior e menos estresse? Tudo isso tem que analisar.
É por isso que imóveis são considerados como investimentos de renda variável, portanto de risco maior. No próximo artigo vamos falar sobre riscos e retornos.
Nem tão fácil assim
Essa questão de imóvel como moradia própria envolvem outras questões.
Comprar um imóvel pode significar “engessar” o dinheiro, não trazendo nenhum lucro, apenas economizando no valor do aluguel. Podendo usar esse valor para abrir um negócio próprio e ser a fonte de renda.
Para outros, exatamente esse valor “engessado” é o suficiente para ter um porto seguro, tranquilidade, segurança e com isso conseguir ousar mais para abrir um negócio próprio. Se fizer bem feito pode até usar o imóvel como garantia e conseguir um empréstimo a juros menores e investir.
Desta forma podemos dizer que são finalidades, estratégias e estilos de vida que vão dizer para você se o teu imóvel de moradia é um investimento ou não.
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