Aqui vai um mini roteiro de como levar a Educação Financeira aos alunos despertando o interesse, instigando a curiosidade e estimulando a aprendizagem.
O desinteresse dos alunos pelos estudos está na lista dos desafios da Educação atualmente e dentro deste pacote se encontra também a Educação Financeira – EF. Não é o propósito deste artigo discutir os problemas, os motivos e quais as possíveis soluções sobre a educação de uma forma geral.
Vamos nos concentrar apenas na falta de interesse por parte dos alunos (e a população em geral) sobre a Educação Financeira – EF e agir nesta situação.
O endividamento, não estar preparado para a aposentadoria, não conseguir conquistar sonhos, ficar dependente de empréstimos e financiamentos, não conseguir acumular patrimônio para melhorar a qualidade de vida, é até problemas de saúde mental são apenas alguns exemplos do que a falta em educação financeira pode causar.
Neste artigo explicamos da importância que o conhecimento deste assunto traz, não deixe de ver: Porque Educação Financeira é tão importante? – Ensinando e Aprendendo EF.

A EF, em específico, além de sofrer da falta de consciência de sua importância, ainda enfrenta a falta de conhecimento por parte dos educadores (que não a praticam em suas próprias vidas) e também de alguns preconceitos.
Há muitos mitos envolvidos. Neste texto damos alguns exemplos: Mitos ou Verdades sobre Educação Financeira.

Ou seja, o desafio se torna duplo. Mas se entendermos o caminho para reverter essa situação, fica mais fácil.
Vamos apontar alguns caminhos para trazer o assunto – finanças pessoais, para dentro da sala despertando o interesse dos alunos para aprendizagem.
Abordagens principais no ensino de Educação Financeira – EF
Existem 3 abordagens fundamentais, que devem andar juntas, para atrair o interesse dos alunos:

Benefício/utilidade
O aluno tem que enxergar que a EF vai lhe trazer alguma “vantagem”, seja porque vai ser útil, seja porque vai resolver um problema seu ou da família ou porque é o caminho para realização de seus desejos ou sonhos. Ele enxerga aquilo como a chave da porta para uma vida melhor.
Por exemplo, descobrir que através do orçamento, levantamento de quanto gasta e quanto recebe, a família consegue se equilibrar financeiramente e sair das dívidas.
Os problemas mais comuns encontrados serão: gastos acima da renda, endividamento (consumismo ou desemprego), falta de planejamento para aposentadoria e falta de um sonho.
Os sonhos comuns serão: resolver os seus problemas, estudar um curso superior, construir uma carreira profissional, comprar (trocar) celular, comprar uma casa, uma viagem e casar.
Como aplicar:
Assim o caminho passa por descobrir o problema ou um sonho de cada um e através dele ensinar as ferramentas e conceitos necessários para atingir este objetivo (resolver o problema ou concretizar o sonho).
Aqui você encontra alguns materiais úteis sobre orçamento e sonhos:
Crie o 1º Orçamento usando o Diário de Gastos – Material para baixar
Modelo de Orçamento simples, só o essencial. Ideal para começar a fazer um Planejamento Financeiro.
(Pré) Adolescente também tem direito a um Orçamento. Baixe estes modelos.
Como sonhar? – Ensinando e Aprendendo a Educação Financeira

Está dentro/faz parte de sua vida
A linguagem, os temas, os exercícios e exemplos usados durante o aprendizado da EF tem que ser algo que faça parte da realidade e do dia a dia do aluno. Ele deve conseguir visualizar como e onde usar esse novo conhecimento. É sair do abstrato para o concreto.
É falar de acordo com o seu contexto. Por exemplo, de nada adianta propor um desafio de como comprar a casa própria, se a família mal tem condições de comprar comida de hoje a noite.
Além do contexto social e econômico ser individual, cada aluno possui necessidades, importâncias e prioridades diferentes. Isto significa que o que pode ser um problema para um, para outro é insignificante. O que é prioridade para outro, não será para o colega ao lado. Essa particularidade de cada um deve ser considerada e respeitada.
Aplique exercícios, diálogos e atividades considerando esta base.
Desta forma é importante antes de começar a ensinar EF, fazer uma avaliação diagnóstica para entender em qual contexto os alunos se encontram e até que ponto vai o conhecimento em EF de cada um.
Propor que cada um levante os gastos e receitas da família é um exercício certeiro e praticamente obrigatório em todo ensino de EF. E com essas informações em mão, cada um monta o seu próprio orçamento. Este também será um diagnóstico muito rico.
É provável encontrar muitas famílias gastando mais do que recebem. Neste caso o desafio é achar o motivo disto e encontrar soluções. Também pode acontecer de descobrir que a família não tem nenhuma reserva de emergência, assim este deverá ser o desafio. Ou ainda a falta de um planejamento para aposentadoria.
Agora imagine o impacto na família do aluno ao, a partir do aprendizado da EF, conseguir resolver os seus problemas e da família! É gigantesco.
Como aplicar:
Aqui também vá trabalho o orçamento e façam com que os sonhos sejam despertados. É interessante também trabalhar em conjunto a questão comportamental e emocional de cada um.
Comece desenvolvendo o autoconhecimento. Faça com que descubram as suas prioridades e que encontrem as suas necessidades e saibam diferenciar os seus desejos.
Aprender a tomada de decisão é ferramenta muito útil na EF, assim inclua este tema também.
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Aprendizagem na prática
Construa o conhecimento colocando a Educação Financeira no dia a dia do aluno e desta forma potencializando esse aprendizado e cativando o aluno inclusive a seguir adiante.
Como por exemplo em projetos, resolução de problemas, desafios ou por meio do lúdico como jogos e brincadeiras.
Como aplicar:
Escolha o objetivo (resolver o problema ou conquistar o sonho), encontre a atividade que mais se encaixa para atingir esse objetivo.
Quais são as ferramentas necessárias nesse processo? A partir disto fica mais fácil tornar essa jornada mais prática.
Por exemplo: o objetivo será tornar o orçamento positivo (reduzindo os gastos e aumentando a renda por exemplo). Faça a dinâmica da prioridade (quando temos consciência de nossas prioridades conseguimos direcionar o dinheiro para isso e consequentemente reduzindo os gastos desnecessários), ou jogue o livro jogo das escolhas (uma forma de entender como nossos escolhas de consumo e atitudes perante as compras interferem diretamente nos gastos).
Dinâmica em grupo para compreender o que é prioridade. Ensinando e Aprendendo Educação Financeira.
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Dicas
Junte alunos com situações (realidades) parecidas para trabalharem juntos.
Montem grupos com sonhos em comum.
Dialogue, converse, deixem que exponham suas opiniões, dificuldades e sonhos. E a partir disto vá apresentando os conceitos e as ferramentas.
O plano de aula deve ter um norte, porém deve ser flexível e vá indo na direção das necessidades que você conseguir identificar durante o percurso. Talvez você possa ter planejado um assunto que descubra como não sendo o “momento certo” ou por haver outros temas mais importantes.
Considere ensinar a EF de forma “invertida”, de trás para frente. Primeiro apresente o problema, um desafio ou um objetivo e a partir deste vá construindo a sua aula, apresentando os conhecimentos necessários.
Pratique a EF em sua vida (tutor, professor ou educador), use o orçamento doméstico em sua casa, escolha sonhos para conquistar, se planeje para a aposentadoria. Vá construindo este conhecimento em conjunto com seus alunos. Todos ganham.
Acompanhe nossos artigos, veja nossos posts nas redes sociais, utilize nosso material didático, leia nossos ebook. É tudo feito de forma a simplificar o aprendizado, sem complicações.
Aqui você encontra uma lista com os principais materiais por tema:
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Conclusão
Considerando que objetivo final de ensinar Educação Financeira é que o aluno seja capaz de adquirir um conjunto de competências sócio emocionais que trazem cidadania financeira, sejam capazes de ter consciência de sua situação de vida e saibam usar as ferramentas necessárias para tomar as melhores decisões financeiras para si e sua família.
Desta forma, ao ensinar EF é necessário trabalhar várias competências em conjunto, muito além da matemática – como a multiplicação, divisão, porcentagem e juros. É necessário ensinar competências emocionais, comportamentais e também sobre o processo decisório.
Além das ferramentas, como orçamento, controle de gastos, objetivos e metas e o planejamento em si.
Boa aula!

