Ser um consumidor consciente é, entre outras coisas, entender o significado de cada compra, de cada gasto.
Quando entendermos o real significado das coisas – no caso de hoje a Páscoa, deixamos o consumismo de lado e abraçamos o propósito, a essência. E isto nos torna consumidores conscientes. E de bônus uma boa saúde financeira.
Se você não assimilar a razão por trás, entender o significado e a essências das coisas, dos eventos, das tradições, ou ainda conhecer os benefícios e as consequências do que compramos, o consumismo é que vai assumir os porquês, os motivos, os significados.
Um exemplo bem simples.
Porque você compra um sapato?
Eu compro porque preciso proteger os meus pés, contra machucados, contra o frio, contra o molhado, como prevenção de doenças. Esses são os motivos básicos. Acima desses motivos vem os mais específicos.
Para alguns o sapato será usado na linha de produção de uma fábrica quando o solado tem que ser antiderrapante, bico protegido, cano alto, impermeável, etc.
Para outro será usada para escalar uma montanha, neste caso será uma sapatilha, de material mais leve, solado de borracha com boa aderência, maleável, etc…
Se as minhas necessidades (as básicas e as específicas) em relação a proteger os meus pés estão preenchidas, para que comprar mais um. Se eu não entender isto, vou comprar 3, 4, 10 pares. Estarei comprando vários itens para atender a uma mesma necessidade. Justifica o investimento?
Para o consumidor consciente, não justifica.
Basicamente é disto que estou falando.
Agora voltando à Páscoa.
O que é a Páscoa?
A que vamos comemorar agora no dia 04 de abril é a Páscoa dos Cristãos quando se celebra a ressureição de Jesus Cristo ocorrido 3 dias após a sua crucificação, que é lembrada na sexta-feira santa, ou sexta da paixão. É uma das mais importantes festividades do cristianismo.
Para os cristãos a Páscoa é dia de lembrar a alegria da vida, da vida eterna, do ressurgimento. É sobre ter esperança, ânimo, confiança, liberdade e salvação.
“Páscoa é Vida, é Ressurreição, é Esperança, é Alegria, é Salvação”
Essa é a sua origem. É isso que se comemora na sua essência.
Com o passar do tempo, os cristãos foram incorporando símbolos como forma de lembrar esse dia tão especial. Esses símbolos tinham alguma conexão com a realidade, disponibilidade e vivência da época, muitas vezes misturando elementos mitológicos (naquele tempo ainda muito enraizados).
Assim surgiram o coelho e os ovos (nada de chocolate) como forma de representar a fertilidade, vida nova. A tradição de presentear ovo (de galinha mesmo) coloridos também já vem de longa data.
Uma rápida pesquisa na internet, ou em livros percebe-se que existem várias versões que explicam como e porque do coelho, do ovo, do cordeiro e outros símbolos da páscoa. Mas a essência da Páscoa é a Ressureição de Jesus Cristo.
E o chocolate? Veio muito, mas muito mais tarde.
Aqui também há várias versões, alguns atribuem aos franceses no século XVIII, para outros se deve à revolução industrial na Inglaterra (leia-se indústria de chocolate) no século XIX. E como o chocolate é algo delicioso de se comer para muitas pessoas, caiu como uma luva.
E onde entra o consumo consciente nisso?
Vivemos atualmente no era do consumismo (já falamos inúmeras vezes aqui – inclusive em associação ao endividamento, veja no ebook sobre Crédito). Tudo se transforma em consumo. Criaram-se ou adaptaram-se várias festas e dias específicos como forma de estimular o consumo. Dias das mães, dias dos pais, dias das crianças, dia dos namorados, dias dos avós estão aí para aumentar o consumo. E não foi diferente com a Páscoa.
Nada contra! Presentear entes queridos é uma forma de mostrar gratidão, amor, respeito, consideração. Sendo inclusive uma tradição de bem antes do fortalecimento do comércio. Porém antigamente cada um coloria o seu ovo e dava de presente. A essência da Páscoa estava presente nesses gestos.
A questão aqui é o valor financeiro que damos aos ovos de chocolate em relação ao valor da celebração vida, do renascimento, da liberdade. Cada vez mais esquecido.
Quando entendermos isso, deixamos de consumir Páscoa – lê-se presentes e mais presentes – para viver e celebrar a ressureição daquele que morreu para pagar os nossos pecados.
Isto é ser um consumidor consciente. Entenda o porque da Páscoa e presenteie vida, ressureição, esperança, alegria e esperança.
Outro ponto de reflexão:
Se minha fé, cultura ou tradição não é cristã então porque dar ovos de chocolate?
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Por Chris West.