A inflação apertou o meu orçamento, o que fazer? Dúvidas do Divã

Descubra ações inteligentes para fazer o seu dinheiro não perder poder e ainda lucrar. Com o preço dos alimentos subindo, a conta de energia elétrica na potência máxima, os combustíveis pegando fogo e o salário sem mudança chegou a hora de repensar o consumo, os gastos e os investimentos para não perder o poder de aquisição.

Passamos da metade do ano e já acumulamos uma inflação de 4,76% (IPCA), quando a meta para o ano todo é de 3,75%. Luz vermelha acessa.

Aquela percepção que “o dinheiro não dá para nada” é real. Não é impressão sua. Esse é o efeito prático que a inflação tem sobre a nossa vida.

Não é mais possível consumir, gastar as mesmas coisas com a mesma quantidade de dinheiro.

Isso tudo graças a uma combinação de eventos que começou lá trás. Com a pandemia houve uma grande alteração no fluxo de produção e consumo. A retomada rápida do consumo junto com o aumento do crédito pegou a indústria despreparada, faltou mercadoria sobrou crédito. Demanda maior que oferta os preços sobem.

O dólar vem sendo desvalorizado, fazendo o preço dos importados e da gasolina, diesel e gás de cozinha subirem, isso também pressiona a inflação.

E agora a seca severa junto com a geada fez o preço dos alimentos dispararem.

E a conta da luz a níveis estratosféricos também por causa da seca e falta de investimentos em outras fontes de energia impactam fortemente o preço dos produtos e serviços.

Junta tudo isso e coloque como tempero a falta de confiança no governo. A tempestade da inflação voltou.

E o que eu tenho a ver com tudo isso?

Muito.

O teu dinheiro não dá mais.

Mas mudando algumas atitudes é possível amenizar os efeitos. E se fizer a lição de casa certinho pode até aumentar os seus ganhos.

Planejamento Financeiro

Não adianta, se você até agora não fez o seu, a inflação vai te obrigar. Com o dinheiro valendo menos e os gastos aumentando a margem de sobra do salário no fim do mês vai ficando cada vez menor. Sem contar que é imperativo investir e não tomar dinheiro emprestado e para saber como, só planejando.

Ou seja, é no seu Planejamento Financeiro que você vai conseguir fazer o malabarismo correto para que não chegue no fim do mês devendo e ainda ter $ para investir.


Tente negociar todos os gastos fixos

A mensalidade da escola, o reajuste do condomínio e a mensalidade do estacionamento são exemplos de gastos que permitem sentar para renegociar. Principalmente o aluguel, cada vez mais os reajustes estão sendo feitos pelo IPCA e não mais pelo IGPM.

Agora para os gastos fixos que não são possíveis de negociar, verifique a troca de prestador e em último caso cancele o serviço ou reduza o consumo.

Para ajudar nessa negociação comprove que a sua renda não teve aumento real (ou seja não foi acima da inflação).

Para a conta de água e gás a saída é reduzir o consumo. Invista em sistema de reaproveitamento da água de chuva e da máquina de lavar roupa, instale redutores nas torneiras. E no caso da conta de luz, veja se vale a pena instalar placas solares, trocar eletrodoméstico com melhor eficiência energética são investimentos, num primeiro momento mais altos, mas a longo prazo vão trazer o retorno de volta e muito mais.


Reduza os gastos variáveis

Para o combustível invista em carona, e verifique o comércio local e vá de bicicleta. No supermercado chegou a hora de trocar de marca. Para todas as saídas de carro, seja para passeio ou compras considere o valor gasto com combustível, inclua na conta. Talvez compras mais perto valam a pena.

Eu quero ou eu preciso?

Pare por um tempo com as compras de supérfluos que são os consumos de desejo. Eles com certeza podem esperar a inflação se normalizar, use o valor para investir.

A época de pesquisa de preço voltou. Invista um pouco do seu tempo e verifique os preços praticados em vários estabelecimentos. Use e abuse de sites e aplicativos de comparação de preços. Talvez chegou a hora de mudar de local de compra. Mesmo tendo o cartão/app fidelidade a compra pode ser mais em conta em outro lugar.

Com os preços sendo reajustados tenha sempre uma lista com os preços atualizados para que, quando houver uma promoção, você saber se de fato vale a pena comprar.


Mude hábitos

Dê uma olha em tudo o que faz no dia a dia e verifique o quanto esse hábito custa. Desde aquele lanchinho à tarde até dormir com a TV ligada.

E lembre que pequenos gastos diários no fim do mês podem juntar um valor considerável. O teu planejamento financeiro é que vai revelar.

Tente trazer o almoço e lanche de casa para comer no trabalho.

E o cardápio também pode ser mudado. Chegou a hora da criatividade. Na internet não faltam ideias de receitas mais em conta.

Considere os sites de compras coletivas, organize grupos de compras.

Reserve um tempo para analisar onde há desperdícios. Dos alimentos, comida, a água, combustível, compras desnecessárias. Faça uma lista e veja o que pode ser mudado para reduzir.

Nunca se esqueça que desperdício é sinônimo de lixo, ou seja dinheiro jogado fora.


Investir

Esse é o grande segredo em tempos de inflação. Não deixe o dinheiro parado na poupança e sim em aplicações que sejam atreladas a índice de inflação, Títulos do Tesouro IPCA, Fundos reajustado pelo IPCA ou IGP-M, Fundos Imobiliários, Fundos de Inflação e CDB são exemplos.

Busque informações e conselhos com os analistas ou consultores de investimento para te indicar quais se aplicam melhor ao novo cenário considerando a tua realidade e a tua finalidade.

Para saber se um investimento vale a pena, pegue a rentabilidade dele e subtraia do IPCA do mesmo período, o que sobrou é o que de fato ele rende. Essa conta significa que estamos tirando o efeito do aumento dos preços sobre a rentabilidade da aplicação.

Além disso, não pegue dinheiro emprestado, não atrase pagamentos. Com juros mais altos vale mais apena investir do que pegar um empréstimo ou financiamento, ou seja, é o momento para investir, quem ainda não começou pode ficar animado pois a tendência é que os rendimentos dos investimentos aumentem.

Use os juros mais altos a seu favor, “dando” dinheiro ao banco ao invés de “pegando”.

Se você consegue ter um bom planejamento financeiro faça todas as compras com o cartão de crédito na melhor data e deixe o valor investindo até a data do pagamento da fatura, em alguma aplicação com liquidez e renda maior que a inflação. Alguns bancos já oferecem aplicações automáticas. Mais uma vez busque orientações com o analista ou consultor de investimento.

Quanto mais tempo o seu dinheiro ficar rendendo, menos ele será desvalorizado pela inflação.

E lembre-se nunca use o limite do cartão de crédito e nem do cheque especial para compensar o aumento nos preços. Assim como os juros para investir aumentaram, os juros do empréstimo também.


Vejas essas matérias que vão te ajudar:

Planejamento Financeiro –Tudo Junto em um ebook– Episódio Especial

Crédito: vilão ou mocinho?

O Cartão de Crédito não é para ter mais dinheiro.

Ebook Crédito – Tudo o que você gostaria de saber e nunca te contaram

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